E desta vez o personagem é um dos pratos que acredito serem
gosto de 95% das pessoas que conheço! Esta seman, colocar estrogonofe de carne
no cardápio do Danada Da Nanda foi motivo para choverem pedidos duplos de
estrogonofe ou ainda aqueles que andaram sumidos pedindo o tal mais mais da
lista! Precisei fazer dose dupla se comparado aos demais pratos.
E foi uma delícia fazer este estrogonofe em especial. O
motivo: uma das clientes relutou em pedir o tal do cardápio por não se dar
muito bem com leite e seus derivados. Hummmmm...poxa, mas ela vai ficar sem
estrogonofe. Tudo bem que talvez ela nem faça parte dos 95% das pessoas que
conheço que gostam de pedacinhos suculentos de carninhas envolvidos em um
molhinho curtido na dita já frita e regada a molho inglês. Mas, mesmo assim,
resolvi tentar algo que agradasse a todos, inclusive e especialmente a quem não
goste, possa ou queira derivados de leite.
E foi nesta experiência que realizei um desejo a muito
esperado: a cor ideal para o meu estrognofe. Quem pediu poderá entender um
pouco melhor este post e quem não viu poderá vislumbrar os pigmentos coloridos
deste relato em uma foto a ser reproduzida assim que eu achar meu cabo e baixar
a dita imagem.
A cor: marrom com base no fundinho de panela criado quando
se "frita" a carne somado ao vermelho do cat chup - sim, uso cat chup
como minha mãe ensinou - e uma escuridão vinda do molho inglês. Acredito
piamente que ficou uma cor de ferrugem maravilhosa. Mas ferrugem mesmo, velha,
curtida, forte, naquele estado avançado em que o laranja já passou e o vermelho
solta apenas quando se molha algo enferrujado.
O original da vovó
A receita do melhor estrogonofe do mundo, e da minha vida, é
o da minha mãe Tetê que sempre conta copiar a receita de minha falecida avó,
Celina. E o dia que descobri que outras pessoas fazem estrogonofe com molho de
tomate eu quase não acreditei. Só não é pior de quando chutam o balde e colocam
logo uma latinha de molho de tomate já temperado...mas enfim, voltemos ao da
minha avó, mas sendo este o legítimo dela, não o do Danada Da Nanda:
Coloque sua carne já picadinha em uma panela e deixe que ela
solte seu caldo. Vá retirando este caldo até secar os filézinhos. Mantenha este
suco em um recipiente, junte água quente e um tablete de caldo de carne. Os
filézinhos devem ser fritos em manteiga e cebola, muita manteiga e muita
cebola. Frite, frite, frite. Já formou aquele fundinho marrom? Ótimo: jogue
molho inglês e cat chup em medidas iguais, misture, esquente aquele cado da
carne com caldo de carne e água e mande ver em cima dos filézinhos. Misture
bem, abaixe o fogo, deixe ali apurando até a água reduzir pela metade. Preencha
com um copo de leite. Engrosse com quanto bastar de maisena. Feche com o creme
de leite. Prove, corrija o sal, tire o arroz da panela vizinha, abra o saco de
batata frita e ... hum, coma muito!
A receita do Danada
Da Nanda
Como muiiita manteiga e creme de leite não fazem parte do
mundo de nossa comidinha do dia-a-dia, fiz nosso estrogonofe sem um nem o outro
e sem o leite. A carne foi para panela com a cebola e ficou com seu caldo. Não
escorri seu caldo e quando estava quaaase secando: molho inglês, cat chup e
caldo de carne bem quente. 45 minutos de fogo baixo. Uma engrossadinha e uns
toques em temperos e lá estava ele, lindo, gritante, com uma cor maravilhosa
olhando para mim.
A tentação de jogar um pouquinho de creme de leite foi
vencida assim que provei seu sabor: adorável!
Resultados
- escrevi oferecendo a experiência para a cliente que me
inspirou e ela aceitou o desafio. Espero o resultado na próxima semana.
- e por mais que eu tenha mexido aqui e ali ainda acho as
combinações do estrogonofe da minha mãe uma maravilha!
- de novo fiz a conta certa e não deixei nada para mim!
- e o mote do post: não colocar leite e nem creme de leite
me levaram ao tão esperado resultado da cor do meu estrogonofe!
um beijo a todos
Nanda