Uma hora da tarde. Marido chegando para almoçar às 14h. Dia
atarefado, daqueles nos quais pagamos todas as contas, resolvemos planejar a
vida, colocar o trabalho em dia e ainda ligar para pessoas queridas que já há muito
não falamos. Tudo em uma única manhã que acaba na hora do almoço sem nada
pronto para a refeição.
Corro para a cozinha, abro a geladeira e meus pensamentos
fazem eco. Ainda faltou fazer o supermercado. Suplico ao freezer: diga que tem
algo por aí, por favor, Senhor dos Gelos! Lá no fundo, um pacotinho vermelho
escuro brilha. Alcanço e vejo que se trata de um peso de carne, um pedaço de
maminha que sobrou de algum churrasco e foi congelado.
Súplica atendida, desejo realizado e agora cabia a mim
descobrir o que fazer com uma carne congelada e 55 minutos para a mesa ser
servida. Penso, logo concluo: a panela de pressão deve ter este nome por conta
de resolver questões mais urgentes, de pressão mesmo. Aí, lá foi a carne para a
panela com um pouco de água para ir perdendo o gelo enquanto descasquei e
piquei uma cebola bem grande, dois dentes de alho e três tomates de salada que
descansavam eternamente na gaveta de baixo da geladeira.
Acendo o fogão, quase pedindo desculpa à maminha pelo mau
jeito, pois carne congelada não se cozinha, espera-se descongelar. Mas...!
Enquanto a coisa ali ia esquentando, joguei duas folhas de louro e recorri à
pimenta-do-reino, ao encantador cominho e a umas folhinhas de alecrim. Sal.
Lembro do amigo Victor, aquele que trouxe a maminha. Lembro
do churrasco, penso na cerveja e na cerveja preta que sobrou na geladeira!
Bingo, lá foi a lata de cerveja preta para dentro da panela que a estas horas
já seria devidamente tampada.
Faltando 40 minutos para o fim do jogo, corri para o pote de
arroz, tirei duas xícaras cheias lá de dentro e joguei na panela com um punhado
de auspicioso açafrão, água e sal. Assim mesmo, sem fritar e nem nada. Dá
certo, apostem e percebam que nada neste cardápio foi frito ou houve adição de
algum tipo de gordura.
Como para mim as refeições tem que ter ao menos três opções
de alimento, lancei mão da lata de milho verde, item totalmente coringa da dispensa,
escorri sua água e despejei o conteúdo final em uma vasilha de vidro. Por cima,
duas colheradas generosas de requeijão light, uma pitada de sal e outra de
orégano. Forno de micro-ondas por 4 minutos antes de servir e lá estava outro
acompanhamento pronto.
Portão abriu, marido entrou, um beijo tascou e logo
perguntou: o que temos para almoçar, meu amor¿ Com uma cara de quem cozinhou a
manhã toda, respondo divertida: “Uma deliciosa maminha na cerveja com tomates,
acompanhada por arroz com açafrão e milho no requeijão! Acho que ficou bom,
levei horas no fogão...”
Receita de maminha na cerveja preta
1 kg de maminha
1 cebola grande em pedaços
3 tomates grande cortados em 4 partes
1 colher de café de pimenta-do-reino
1 colher de café de cominho
Algumas folhinhas de alecrim
1 lata de cerveja preta
Coloque tudo na panela, tampe e cozinhe por meia hora. Após
soltar a pressão, abra a panela e deixe apurar por mais dez minutos antes de
servir.
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